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nobreza.

(casa blackwood)

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         No coração da Inglaterra, em um tempo de tormenta e transformação, ergueu-se a Casa Blackwood. Um nome imortalizado pelas páginas da história pela força implacável do seu soberano, o Rei Czar Khaxfelth Blackwood. Não obstante os murmúrios dos ventos, as sombras dos salões, e as pedras antigas que testemunharam a ascensão dessa linhagem, a verdade é que sua história nasceu de uma promessa: a promessa de resistir e florescer mesmo diante das mais adversas tempestades.

​    Tudo começou com Magnus Blackwood e Victore Khaxfelth, cujos corações, antes enredados em uma era de guerra, encontraram um ao outro nas cinzas dos campos de batalha. Magnus, de espírito firme e olhar glacial, encontrou em Victore uma chama que o aqueceu em meio ao gélido dever da coroa. Seu amor se perpetuou e, em meio ao grasnar dos corvos que sobrevoavam as colinas, nasceu Czar Khaxfelth Blackwood, destinado a tornar-se a rocha sobre a qual uma nova era se construiria.

​      No entanto, a juventude de Czar foi marcada pela tragédia. O estalar dos trovões trouxe consigo uma nova guerra, e Magnus e Victore, na flor de suas forças, foram tomados pela sombra do conflito. Deixaram seu filho jovem, que ainda não conhecia toda a amargura do poder, para enfrentar o peso da coroa e os deveres do trono. Órfão da presença de seus pais, Czar tornou-se um homem de coração pétreo, um monarca forjado pelo gelo da perda determinação de proteger aquilo que lhe restava: o Reino Unido.            Czar, agora o Rei de todos os reinos britânicos, voltou-se para seu legado. Abdicou do contato com os povos exteriores, fechou as portas do reino, e seus olhos, como corvos vigilantes, passaram a observar cada movimento dentro das terras que ele jurou proteger. Seu coração havia se

endurecido como pedra, e os sussurros de seus conselheiros não encontravam mais o eco do afeto. Tudo que Czar desejava era que os traidores pagassem por suas afrontas, para que seu reino florescesse da maneira como ele sonhara em sua juventude ao lado de seus pais.

​        Mas então veio Katarina Bowes-Lyon, mulher de graça celestial e coração nobre, a única que ousou adentrar as sombras do monarca. Ela tornou-se o raio de luz em meio à noite escura, a chama que aquecia o espírito de Czar. Juntos, eles ergueram uma nova geração, e o Castelo ressoou com as gargalhadas de seus filhos: Quentin Bowes-Lyon Blackwood, o herdeiro do trono, e a pequena Luna Bowes-Lyon Blackwood, cuja presença irradiava uma beleza tão rara quanto a luz prateada que a lua derrama sobre a terra.

​          Mas o destino, sempre traiçoeiro, levou Katarina antes do tempo, deixando Czar uma vez mais envolto em solidão e dor.  Os corvos cantavam lamentos no alto das torres, e os salões tornaram-se frios, como se o espírito da rainha houvesse se ausentado para sempre. zar, agora enlutado, dirigiu seu olhar para os filhos. Quentin, o espelho de seu pai em força e determinação, foi instruído nos deveres do reino, moldado para se tornar a pedra sobre a qual o futuro de Blackwood repousaria. Luna, por outro lado, tornou-se a luz em meio à escuridão, a herdeira da gentileza e da sabedoria que outrora foram de sua mãe.

     Os anos passaram, e Czar governava com mão firme, sempre acompanhado pelos corvos que se tornaram os guardiões silenciosos da Casa Blackwood. Sua corte tornou-se um lugar de austeridade e honra, onde cada decisão era tomada em prol da preservação do legado construído por seus ancestrais. Czar nunca permitiu que os erros do passado se repetissem; ele conduziu seus

domínios com uma vigilância incansável, como se cada movimento de suas mãos pudesse alterar o curso do destino. Logo então, depois de tanto sofrimento e tragédias, Deus, o misericordioso concebeu para Rei seu maior amuleto: o Arcanjo Lua. Esse Ser Celestial tinha como intuito cuidar de todos os aspectos da vida de Czar, principalmente o físico.

​      E assim, a Casa Blackwood perpetuou-se. Czar Khaxfelth Blackwood tornou-se uma lenda, não apenas um Rei, mas o símbolo de uma era marcada pela Lua. Em cada corvo que voava sobre as terras do Reino Unido, em cada pedra do castelo, em cada história sussurrada pelos bardos à beira do fogo, o nome de Blackwood era pronunciado com reverência. Quentin, preparado para suceder seu pai, e Luna, a estrela do reino, representavam a promessa de um futuro onde o legado da Casa Blackwood continuaria a florescer.

​       A história de Czar não foi apenas uma de guerras; foi a saga de um homem que, marcado pelas cicatrizes da perda, construiu um império com o desejo de proteger aqueles que amava.

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vampírico.

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     Naquela noite, o calor se abateu sobre os salões do Castelo de Blackwood como um manto sufocante. Era incomum para as terras britânicas verem os ares tão densos e quentes, como se o próprio mundo estivesse prendendo a respiração em antecipação ao que estava por vir. Nos aposentos do rei Czar Khaxfelth Blackwood, agora com seus 39 anos, o ar era pesado, encharcado de um silêncio perturbador. Ele se mantinha à janela, observando as sombras que se alongavam no horizonte, onde o dia tinha dado lugar a uma noite sem estrelas. Em sua mente, os pensamentos se entrelaçavam como os galhos retorcidos das árvores que cercavam o castelo, contemplando os deveres, o legado e os mistérios que sua alma carregava.

​     O rei sabia que a sua vida, marcada pela perda e pela autoridade inquestionável, havia sido moldada pelo aço do dever e pela devoção ao Reino Unido. Mesmo nas horas mais sombrias, ele entregou sua alma a Deus, deixando seu destino nas mãos do Eterno. Mas naquela noite, algo se mexia nas trevas, algo que a devoção não poderia impedir.

​        Sem aviso, o vento adentrou o aposento, arrebatando as cortinas como se um espírito silencioso tivesse passado. Uma presença, fria como a própria morte, deslizou pelo quarto. Czar sentiu os pelos de sua nuca eriçarem-se. A escuridão parecia se adensar e, das sombras, emergiu Lyra Corvinus, uma vampira da linhagem Ventrue. Alta, de cabelos ruivos e olhos de um verde cristalino, ela parecia uma estátua esculpida em gelo, seus passos tão silenciosos quanto os de um predador. Czar virou-se lentamente, encontrando seu olhar. Não havia medo em seus olhos, apenas uma serenidade que vinha da aceitação do destino, qualquer que fosse a forma que ele tomasse.

Lyra aproximou-se com a graça de um espectro. Ela o desejara por anos, observando-o em segredo, desde os dias em que ele ascendera ao trono, tão implacável e frio quanto ela própria. Aquele homem, cuja presença dominava reinos, seria o complemento perfeito para a sua eternidade. Os olhos da vampira brilharam ao perceber que ele não recuava; em vez disso, Czar permaneceu imóvel, como uma rocha, enquanto ela se aproximava com um sorriso frio delineando seus lábios.

– Czar Khaxfelth Blackwood, – sua voz era um sussurro que cortava o ar como lâminas. – Sua força e poder são conhecidos até mesmo nas sombras. Eu venho para lhe oferecer a eternidade. Ele ergueu uma sobrancelha, seu rosto traindo um misto de indiferença e curiosidade. A decisão já estava tomada em seu coração. Sem hesitação, ele falou, sua voz profunda e firme.

– Que seja feita a vontade de Deus, – declarou ele, fechando os olhos e levantando o queixo, como se oferecendo seu pescoço ao machado de 

um carrasco. Não havia resistência, pois Czar sempre soubera que seu caminho não lhe pertencia. Entregou sua alma ao Eterno e deixou que o corpo cumprisse seu destino neste mundo. Lyra sorriu, um brilho predatório passando por seus olhos. Aproximou-se mais, envolvendo Czar em seus braços gélidos, como uma mortalha. ​​Seus dedos pálidos percorreram-lhe a nuca, segurando-o firmemente. Era o abraço. Aquele momento singular onde a vida se esvai e a morte concede um novo renascimento, tortuoso e amargo.

Ela inclinou a cabeça, seu hálito gelado roçando o pescoço dele, e então os caninos afiados perfuraram a carne como adagas.

A dor foi intensa e breve, substituída por um êxtase perturbador enquanto Lyra bebia profundamente do sangue real. O quarto girou em um turbilhão de sensações, como se o próprio tempo tivesse sido dilacerado. A vida fluía de Czar, e com ela, sua humanidade. Ele sentiu o coração desacelerar, até parar por completo.

Então, quando a escuridão ameaçava consumi-lo, Lyra se afastou e cortou seu pulso, deixando o sangue negro e viscoso escorrer. Ela pressionou o pulso contra os lábios dele, e Czar, em um ato instintivo, sugou aquela substância. Foi como beber o próprio inverno, um poder antigo e feroz invadindo-lhe as veias. O abraço estava completo. Quando ele abriu os olhos, não era mais o mesmo. A fúria e a sede ardiam em seu peito, mas a alma permanecia confinada em algum recanto profundo de sua consciência, abençoada por um Deus que agora parecia distante.

Czar tornou-se Ventrue, um rei não apenas dos homens, mas das sombras. Ele continuou seu governo como se nada tivesse mudado, enquanto os corvos sobrevoavam o castelo com um novo propósito. Sua frieza natural transformou-se em algo sobrenatural, um domínio absoluto sobre seus súditos, que jamais souberam do que ele havia se tornado. Sua voz, seu comando, tudo ecoava com a autoridade dos antigos, e seus olhos agora eram duas poças de trevas insondáveis, capazes de subjugar os mais orgulhosos com um simples olhar.

Quando os murmúrios sobre sua idade começaram a correr pelos salões, e seus conselheiros questionavam como ele poderia parecer tão imutável, Czar tomou as rédeas do destino mais uma vez. Ele arquitetou sua própria morte. Durante uma tempestade feroz, forjou um enterro digno de reis, deixando o mundo acreditar que o grande Czar Khaxfelth Blackwood havia perecido. Ele manipulou os registros, extorquiu os bispos e fez do funeral um espetáculo para afastar qualquer dúvida. Uma urna vazia fora selada, coberta com o brasão dos corvos, enquanto seu nome foi inscrito em ouro na cripta da família.

E assim, nas sombras do próprio castelo, ele se retirou, entregando o reino aos seus herdeiros de fachada. Tornou-se uma lenda sussurrada pelos corredores, um fantasma que perambulava nas noites, observando tudo com olhos que jamais envelheciam. Longe dos olhares humanos, Czar mergulhou nas artes das disciplinas vampíricas, dominando a presença que lhe permitia subjugar corações e mentes, a fortitude que tornava seu corpo invulnerável, e a dominação que lhe concedia poder absoluto sobre os mortais.

Ele se transformou no senhor das trevas e da corte. Um monarca não apenas de carne, mas do espírito predatório que agora governava sua existência. Sob seu domínio, o Reino Unido prosperou, mas nas trevas do seu reino, o rei forjou alianças e dívidas que se estendiam além da morte. A ausência de sentimentos tornou-se seu escudo, e a sede pelo controle o levou a consolidar-se como uma entidade que jamais seria esquecida.

Assim, Czar  o rei que viveu duas vidas, tornou-se um mito E enquanto caminhava pelo mundo com passos silenciosos, uma nova era se erguia – a era do vampiro que, sob a bênção das trevas, seria sempre rei.

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Czar  Blackwood

RELATO

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Lyra Corvinus

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Lua Blackwood

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